O que rolou comigo?

Minha última postagem foi sobre Buddy, então vamos começar daí. Buddy morreu apenas três meses depois de tê-lo apresentado aqui e contado como foi todo o processo para conseguir ter um golden retriever. Foi uma perda extremamente dolorosa. No final de 2017 comecei um mestrado em Física de Partículas e fui morar no Rio Grande do Sul. Conheci pessoas maravilhosas. Em 2019 defendi o mestrado, em seguida engatei o doutorado, na mesma universidade (UFPEL). Então veio a pandemia. Voltei para a casa dos meus pais na Bahia, entrei em depressão.  

 

Busquei ajuda e iniciei o tratamento com remédios e terapia. Melhorei, mas isso não é o tipo de coisa da qual simplesmente nos curamos. Há dias em que estou ótima e cheia de energia, em outros estou completamente esgotada e com vontade de sumir. Conheci novas pessoas, criei novos hábitos e descobri novos gostos. Me tornei mais parceira do meu pai, compartilhávamos a mesma paixão pela fazenda. Isso me salvou. Aos poucos, as coisas começaram a se ajeitar.

 

A pandemia terminou. Em 2023, defendi o doutorado. Fui recomendada para fazer um pós-doutorado no Instituto de Física da USP, passei no processo seletivo e consegui uma bolsa (que felicidade). Me mudei para São Paulo no início de 2024, foi um choque de realidade em todos os sentidos, tanto pessoal quanto profissional. Felizmente, tive muita sorte por encontrar pessoas maravilhosas que me acolheram e fizeram com que eu me sentisse parte da família (só gratidão). Parecia que tudo estava indo bem, eu estava me adaptando e gostando da nova rotina. Então, no dia 20 de abril de 2024, meu pai faleceu. Meu mundo desabou. 

 

Nunca havia passado por nada parecido, nem sequer imaginado tamanha dor. O mundo ficou estranho (e segue estranho até hoje). Além da dor de perder uma das pessoas que mais amava, senti o peso de perder a minha base. A sensação de que o mundo estava esquisito se tornava cada vez mais forte. Minha relação com a família também ficou diferente, de alguma forma não existia mais aquela sensação de pertencimento. Me senti só como nunca havia me sentido antes. Estou aprendendo a conviver com a dor da saudade que levarei pelo resto da vida. Hoje, mais de um ano depois da perda de meu pai, ainda me sindo estranha, como se o mundo tivesse saído do eixo. Talvez isso passe um dia.

 

Atualmente estou no final do pós-doutorado (de dois anos). Participei de vários eventos, aprendi muito, conheci pessoas incríveis e fiz grandes amizades. Agora estou aqui, retomando uma das minhas paixões que é escrever sobre livros, sobre as coisas que amo. Ainda estou em busca de me sentir em casa, daquela sensação de pertencimento. O Uma Janela Secreta sempre foi meu lar, espero poder voltar para cá com leveza e entusiasmo, incentivando a leitura e compartilhando experiencias. É muito bom poder retornar. Sou profundamente grata aos leitores e amigos do blog e ao meu namorado, que sempre me apoiou e incentivou. 

Peço desculpas pelas imagens e links quebrados que ainda estão presentes por aqui. Estou trabalhando para corrigir tudo. No mais, estou muito feliz por estar voltando.